1. Os aplicativos com um executável com tudo embutido estão sendo substituídos por aplicativos dividos em camadas. A comunicação entre eles se dá por meio de APIs. As aplicações desenvolvidas em uma só linguagem vão ceder espaço para aplicações divididas em várias camadas (com linguagens diferentes ou não) e que se comunicam através de uma linguagem comum (XML, por exemplo). Ponto negativo : em vez de termos apenas um ponto de falha, teremos vários. Mais ou menos como uma corrente com seus elos. Se um deles falhar o sistema cai. Palavras-chaves: XML, Json e Restful.
2. As aplicações desktop vão migrar para a nuvem. Os custos com infra-estrutura vão migrar para os custos mensais com o aluguel de um servidor na nuvem. Pontos negativos: antigamente uma empresa tinha todo o controle do software, depois o software passou a ser alugado mas ela tinha os dados, agora ela não terá nem os dados. Palavras-chaves: Cloud Computing, Amazon AWS, Google Cloud e MS Azure.
3. O uso de containers será adotado como forma de distribuição de software. Em vez de um instalador com o executável, o software será empacotado em um container, e dentro desse container o seu aplicativo com todo o ambiente configurado. Você não fará o upload da sua aplicação para o servidor. Você vai "subir" uma imagem para a nuvem. Palavras-chaves: Docker e Kubernetes.
4. O Javascript vai aumentar mais o seu domínio e sua influência. Antigamente Javascript era só no Navegador. Agora é também no servidor (NodeJs), no aplicativo desktop (Electron), em dispositivos embarcados, na comunicação entre aplicativos (JSON/JavaScript Object Notation) e integrando aplicativos multiplataformas para celulares (Frameworks tipo PhoneGap , Ionic, etc). Palavras-chaves: Frameworks JS, ECMAScript e Typescript
5. Crescimento das WebApps. WebApps são menos custosas para desenvolver, podem acessar os dispositivos do celular (como câmera e geolocalização), podem funcionar sem internet, são mais fáceis de instalar e não dependem de plataforma.
6. O Open-source vai se consolidar como principal modelo de produção de software. Pontos negativos: não vejo pontos negativos. Palavras-chaves: github, bitbucket, padrões de projeto e clean code.
7. Fim do desenvolvedor solitário. Cada vez mais você irá depender de componentes de terceiros e do trabalho de outras pessoas. A maioria dos desenvolvedores deverá, além de saber a linguagem, se adaptar a alguma ferramenta ou framework. Ponto-negativo: não sei bem se é um ponto negativo, mas o processo criativo no desenvolvimento de um software diminui bastante. Não me entendam mal, eu não quero reinventar a roda. Vou tentar explicar com um fato que aconteceu comigo: Certa vez, fui participar do treinamento de Android Studio aqui no meu trabalho. Não era obrigado, mas eu me inscrevi.
No final das contas achei o processo criativo meio frustrante. Já estava tudo lá, tinha umas combinações de teclas (que não me lembro mais) e, como num passe de mágica um nome gigantesco de um objeto com o método aparecia na tela da IDE. Os código estão gigantescos e a questão não é mais como fazer, mas onde encontrar o componente para a operação.
Todos esses cenários já são reais e vão se tornar cada vez mais comuns.
Mas são apenas tendências...
Exemplo de "profecias" que falharam :
1. O Java vai "matar" as demais linguagens. Hoje Java é uma das linguagens mais usadas. Contudo ela não acabou com as outras linguagens. Pelo contrário, o número de linguagens fez foi aumentar.
2. O Thin-PC vai dominar o mercado corporativo: a volta dos Terminais burros. A Oracle investiu muito nisso, mas não deu certo. A ideia é sedutora. Na década de 2000 ela voltou com os Net-Pcs e agora com os ChromeBooks. Mas ainda é uma fatia pequena do mercado.
3. O Flash vai ser a linguagem padrão da Internet. A profecia falhou, mas a tendência se confirmou com o HTML5, CSS3, etc.
4. O Kylix (Delphi para Linux) vai gerar uma onda de migração em massa para o Linux.
5. O Linux vai se tornar o sistema mais usado em Desktops (alguém se lembra da Conectiva e do Kurumin ? Eu usei essas distros). Eu também era leitor da Revista do Linux. Sempre tinha uma reportagem sobre um software alternativo, tipo StarOffice, Gimp, etc.
Em 1995 um colega meu profetizou : "os sistemas em Clipper só vão durar até o ano 2000, no máximo". A profecia, obviamente não se cumpriu, mas hoje em dia é difícil encontrar um desenvolvedor XBase.
Tendências não são profecias, mas é bom ficar de olho.